Abaixo a Frente Popular! Pela independência de classe na luta contra o imperialismo e o fascismo!

Faltam poucos dias para a eleição e a instabilidade e imprevisibilidade está não só no resultado mas no próprio processo eleitoral.

O mais provável, é que a polarização entre PSDB e PT dos últimos 24 anos seja quebrada com uma polarização no 2 turno entre PT e a extrema direita representada por Bolsonaro.

A instabilidade dos regimes políticos é uma constante nas semi-colônias, como o Brasil, exploradas e subordinadas aos ditames do imperialismo. A atual crise econômica e social coloca em xeque o regime democrático burguês estabelecido na constituição de 1988. A maior expressão dessa crise é o surgimento de figuras bonapartistas como Bolsonaro (se coloca acima das classes, dos partidos e instituições, apoiado no descontentamento da classe média e lumpemproletariado, com uma narrativa racista, machista e homofóbica) e na ameaça de um verdadeiro golpe, militar.

Quanto mais a crise do regime se aprofunda, mais a esquerda reformista proclama a velha formula, democracia burguesa X fascismo, defendendo a aliança com setores “progressivos” da burguesia, a Frente Popular, em defesa do moribundo regime democrático burguês. Essa fórmula nos leva hoje a ver a “esquerda”, para combater o bonapartismo de Bolsonaro, fazer frente com a rede Globo e com os setores “democráticos” da burguesia. O maior exemplo é a esquerda junto com o PSDB, PDT, etc, no movimento feminista,“contra o fascismo”.

Apesar da crise política e social se aprofundando e com a imprevisibilidade do processo eleitoral, a esquerda reformista que promete a saída da crise através das eleições burguesas, tem proclamado todo seu “repúdio” ao atentado sofrido pelo presidenciável de extrema direita, em defesa da “democracia” e do “diálogo”. Esse atentado fortalece os setores reacionários apoiados na narrativa racista, machista e xenófoba, que também está insatisfeito com a crise, e suas “saídas” são a de defesa de métodos de guerra civil contra a classe trabalhadora. Esses setores não estão apenas nas eleições representados na candidatura de Bolsonaro, estão nos bandos fascistas da polícia que controlam as milícias nas favelas, estão nos grupos paramilitares que defendem latifundiários e matam lideranças indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais todo dia! Estão no Estado burguês e nos torturadores das forças armadas que até hoje estão impunes! Estão nos grupos que há anos pedem “intervenção militar já”. O PT, com a narrativa de “golpe” e com a luta através do parlamento, desarma os trabalhadores para a luta contra o fascismo e a ameaça de um verdadeiro golpe.

Essas direções “revolucionarias” para quais a revolução “não é possível”, são os oportunistas que defendem o moribundo regime democrático burguês e desmoralizam, desmobilizam e desviam a luta direta da classe trabalhadora, única, com seus comitês de base e de autodefesa, a greve geral e a insurreição revolucionaria, capaz de derrotar o fascismo e o imperialismo e dar a única saída de interesse dos trabalhadores e povos oprimidos diante da profunda crise global do capitalismo. O PT iludiu os trabalhadores de que a reacionária constituição de 1988 e o regime democrático burguês poderiam dar boas condições de vida para a classe trabalhadora e passou 20 anos criando a ilusão de que um governo de “esquerda” poderia mudar suas vidas. Após 13 anos governando com a burguesia, está ligado aos esquemas de corrupção inerentes do estado capitalista e é o maior sustentador da Frente Popular, sendo o maior obstáculo dos trabalhadores para a independência de classe.

A atual crise global afirma o caráter destruidor do sistema capitalista. A rivalidade do decadente imperialismo americano com os ascendentes imperialismo da China/Rússia é cada vez maior, de guerras comerciais à militares. O Brasil e a América Latina estão sendo atingidos duramente pela crise global do capitalismo. São também alvo da disputa interiimperialista entre EUA e China. Na Argentina, como no Brasil, os trabalhadores vem sofrendo com desemprego, inflação, perda de direitos e repressão. Na Venezuela, vive-se a maior crise capitalista do país e os trabalhadores sofrem com a fome, a miséria e com xenofobia nos países vizinhos para onde migram a procura de uma vida melhor. É necessário independência de classe e unidade dos trabalhadores do continente para derrotar esse sistema destruidor! Os trabalhadores latino americanos precisam se livrar do castro-chavismo e suas direções oportunistas que defendem regimes opressores, como o da Venezuela, Nicarágua e Síria, e aliança com o imperialismo russo e chinês como “antiimperialismo” e alternativa ao imperialismo americano. Essas direções frente populistas dividem a classe e colocam nas costas dos trabalhadores o preço da crise.

A força do PT e da Frente Popular, e a capitulação das correntes de esquerda

A candidatura do PSOL com Guilherme Boulos está desmoralizada, com militantes declarando voto no PT e no partido burgues PDT(Ciro) “contra o fascismo”, e Boulos apelando para que façam isso no 2 turno! Boulos e o PSOL passaram o ano de 2017 construindo a plataforma “Vamos”, junto com PT e partidos burgueses como PDT e PSB, dizendo “unir” a esquerda e os setores “progressistas”, “contra o fascismo”. Hoje, a candidatura do PDT cresce postulando o oligarca Ciro Gomes como de “esquerda”, e Boulos e o PSOL colhem os amargos frutos da sua política oportunista, capituladora e frente populista. Não sairá sem crise dessas eleições e corre risco de não eleger importantes parlamentares.

O MRT lançou candidatos com a legenda do PSOL. Sua principal política é a defesa da liberdade de Lula para um processo eleitoral “normal”, com o direito “democrático” do povo decidir em quem votar. Uma capitulação vergonhosa para a frente popular e o apodrecido regime democrático burgues! A política do MRT, que é partido irmão do PTS na Argentina, mostra a capitulação das correntes de esquerda na FIT ao regime democrático burguês, refletida nitidamente no Brasil onde essas mesmas correntes possuem partidos irmãos e são incapazes de unificação das lutas, e muitas vezes até mesmo de solidariedade.

Nessas eleições chamamos voto critico no PSTU por não estar aliado com a burguesia. Num momento de tanta pressão pela FP, onde setores burgueses como PDT e PSB são colocados no campo da esquerda, é fundamental a consciência de classe de não votar na burguesia. Mas expomos que o programa do PSTU é reformista. Ao contrário do PT e PSOL que substituem a luta direta da classe pela luta no parlamento, o PSTU substitui pela burocracia sindical, fazendo alianças com a burguesia e a burocracia nos sindicatos e movimento dos trabalhadores. O que chamam de “unidade de ação” é na verdade um bloco burocrático frente populista.

Não existe capitalismo sem machismo! As mulheres trabalhadoras precisam de suas próprias organizações. Devem estar na luta com suas organizações independente, à frente nas organizações da classe trabalhadora, à frente na luta revolucionaria, única capaz de derrotar o fascismo. O movimento feminista, poli classista, burguês, essa grande frente popular “contra o fascismo”, divide a classe trabalhadora, afasta as mulheres de seus aliados para se colocarem ao lado de suas inimigas de classe! Os trabalhadores precisam se organizar de forma independente e com seus tradicionais métodos de luta, única forma capaz de combater a burguesia e o fascismo!

É importante que os trabalhadores brasileiros não tenham ilusões com o sistema capitalista e com as eleições burguesas. A crise brasileira é parte da crise mundial do capitalismo que se aprofunda cada vez mais. Qualquer que seja o resultado do processo eleitoral, a burguesia, o imperialismo e seus agentes não tem nada para os trabalhadores a não ser que paguem pelo preço da crise, com desemprego, perda de direitos, mais impostos, reforma da previdência, privatizações, e com aumento da repressão e do fascismo.

A esquerda Frente populista não combate o imperialismo e o fascismo, ela abre o caminho para ele! Quanto mais se aprofunda a crise e a instabilidade, mais a falsa esquerda reivindica a Frente Popular para a “luta” contra o fascismo, e a pressão para alianças com a burguesia “progressiva” é cada vez maior. A FP é o maior entrave para a necessária independência de classe dos trabalhadores. As correntes de esquerda que se dizem revolucionárias precisam romper com essa política reformista e de capitulação à FP. Os trabalhadores brasileiros precisam de independência de classe, que priorize os tradicionais métodos de luta da classe trabalhadora, organização de comitês de trabalhadores e de autodefesa, piquetes e greve geral, para lutar contra a burguesia e todas as potências imperialistas, derrubando o Estado burgues e construindo o socialismo. É urgente a construção de uma direção revolucionária!

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